Entraram em operação os três protótipos do Sistema de Monitoramento de Comutadores (SMC), desenvolvido em projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), do CGTI com a Light, com o parceiro técnico AQtech Power Prognostics. Os equipamentos foram instalados no mês de fevereiro, em três subestações no Rio de Janeiro e estão fazendo o monitoramento em tempo real para identificar o momento ideal para a manutenção dos comutadores, sem a necessidade de suspensão de seu funcionamento. O comutador sob carga é um equipamento integrante do transformador de potência e tem como função regular a tensão em níveis aceitáveis para o consumidor. Em caso de falhas no comutador, a operação do transformador é influenciada e pode comprometer o abastecimento de energia aos consumidores.
O SMC é composto por um aparelho conectado no comutador através de sensores que permitem a leitura das correntes de fase do transformador e da corrente do motor do comutador. A partir desta leitura, algoritmos, desenvolvidos pelos pesquisadores do projeto, ao identificar possíveis falhas no comutador, acionam um alarme, que pode ser visualizado no painel do SMC e remotamente.
De acordo com o Guia de Manutenção de Transformadores de Potência do Comitê Nacional Brasileiro de Produção e Transmissão de Energia Elétrica – Cigré, o transformador é o equipamento de maior importância e de maior investimento em um sistema elétrico. Além disso, ele é responsável pelo fornecimento de energia para diversos bairros de uma cidade.
Ainda segundo números do Cigré, 26% das falhas de transformadores de potência ocorrem por defeitos nos comutadores. “Através do SMC, que representa uma nova metodologia de manutenção preditiva, é possível reduzir esta estatística. Não é necessário que o equipamento pare de funcionar para que a manutenção seja realizada, a falha é identificada antes”, explica o engenheiro eletrônico e pesquisador do projeto, Emerson do Nascimento.
Do ponto de vista econômico, o SMC contribui também para a redução de custo às empresas concessionárias, diminuindo o número de manutenções e aumentando a vida útil dos comutadores. Usualmente, a manutenção é realizada periodicamente conforme instruções do manual do fabricante ou quando o equipamento para de funcionar.
A instalação e os testes dos equipamentos foram realizados pela equipe de engenharia do CGTI nas subestações Cosmos e Esperança, na zona oeste do Rio de Janeiro e na de Fundão, na Ilha de Fundão.
O projeto SMC encerra neste mês e foi desenvolvido na fase de lote pioneiro da Cadeia de Inovação, do programa de P&D da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).